Disfunções Miccionais: Identificação e Tratamento

Disfunções Miccionais: Identificação e Tratamento

As disfunções miccionais são problemas de funcionamento da bexiga, que englobam tanto dificuldades no armazenamento como no esvaziamento da urina. Tratam-se da incontinência urinária, caracterizada pela perda involuntária de urina, e da retenção urinária, caracterizada pela incapacidade de urinar ou de esvaziar completamente a bexiga.

Acontece que, por desinformação ou até por constrangimento, muitas pessoas convivem com esse tipo de problema sem procurar ajuda especializada. No entanto, os distúrbios miccionais não devem ser encarados como normais — nem mesmo na terceira idade.

Neste artigo, mostramos suas causas, detalhamos os sintomas e explicamos como é o processo de diagnóstico e tratamento. Além disso, explicamos a importância de buscar ajuda médica. Confira!

Quais são as causas das disfunções miccionais?

A função urinária adequada depende de um sistema nervoso normal e de músculos do trato urinário saudáveis. Com isso, a capacidade de continência e de micção é preservada.

Por outro lado, a alteração de qualquer componente envolvido na função urinária pode levar às disfunções miccionais. Assim, no caso da incontinência urinária transitória, a ocorrência pode ter relação com:

  • infecções do trato urinário (ITU);
  • vaginite e uretrite atróficas;
  • uso de certos medicamentos (diuréticos, colinérgicos ou anticolinérgicos, sedativos, entre outros);
  • fraqueza dos músculos pélvicos, em decorrência do parto vaginal;
  • sequela da prostatectomia radical, a cirurgia de remoção da próstata;
  • bexiga hiperativa;
  • alterações causadas pelo acidente vascular cerebral (AVC);
  • redução da capacidade vesical, por conta do envelhecimento;
  • doenças psiquiátricas, como demência; entre outros fatores.

Já na incontinência persistente, as causas são distúrbios nos nervos ou nos músculos envolvidos na micção. É o caso:

  • da hiperatividade ou hipoatividade do detrusor;
  • da incompetência ou obstrução do colo vesical;
  • da dissinergia (falta de coordenação) entre a contração da bexiga e o relaxamento do esfíncter; entre outros fatores.

Vale destacar que a incontinência urinária em jovens, normalmente, tem causa única. Entre os idosos, por outro lado, costuma ter várias.

Em relação à retenção urinária, o quadro costuma ser provocado por conta de problemas como:

  • distúrbios nas contrações do músculo da bexiga;
  • bloqueios na abertura da bexiga, geralmente, devido ao aumento da próstata;
  • dissinergia entre a contração e o relaxamento do músculo que fecha a abertura da bexiga (esfíncter urinário);
  • determinados medicamentos (principalmente anticolinérgicos e alguns tipos de antidepressivos);
  • impactação fecal (presença de bolo fecal duro, que ocupa o reto e pressiona a uretra);
  • bexiga neurogênica, em pessoas com diabetes descontrolado, esclerose múltipla, mal de Parkinson ou sequela de cirurgia pélvica anterior.

Quais são os sintomas associados?

Os sintomas mais comumente relacionados às disfunções miccionais são:

  • escapes de urina diurnos e noctúria (micção noturna frequente), no caso da incontinência urinária;
  • hesitação (dificuldade em começar a urinar),jato urinário fraco, intermitência e esvaziamento incompleto da bexiga, na retenção urinária;
  • parar de urinar, sentindo dor e apresentando inchaço no baixo ventre, novamente, na retenção urinária.
  • ITU, uma vez que a urina retida é propícia para a proliferação de bactérias, também no caso da retenção urinária.

Como é o diagnóstico e quais são as opções de tratamento?

O diagnóstico das disfunções urinárias se baseia na análise dos sintomas, história (duração e padrão) da micção e consideração de eventuais procedimentos prévios (cirurgias pélvica ou obstétrica). Avalia-se, ainda, os medicamentos em uso.

Também é comum o urologista solicitar a realização de um diário miccional. Neste, o paciente registra, durante 48 ou 72 horas, o volume e o horário de cada micção, relacionando-as às atividades praticadas em cada momento.

Ao mesmo tempo, se pertinentes, são realizados exames físicos neurológicos, pélvicos (nas mulheres) e retais (nos homens). Também são feitos testes de estresse urinário (como tossir vigorosamente com a bexiga cheia).

Em relação aos exames laboratoriais, o urologista costuma solicitar uma urinálise ou cultura de urina. Também pode pedir a dosagem de nitrogênio da ureia sanguínea, a creatinina sérica e exames de sangue da função renal. Pode, ainda, requerer testes urodinâmicos e a dosagem de volume residual pós-miccional (medição da urina remanescente).

O tratamento depende da causa do distúrbio e das condições de saúde gerais do paciente. Em geral, a abordagem pode incluir:

  • treinamento vesical (mudanças de hábitos miccionais);
  • exercícios de fortalecimento da musculatura pélvica;
  • uso de medicamentos;
  • neuromodulação por estimulação;
  • implante de esfíncter artificial;
  • uso de dispositivos oclusivos (externos ou internos);
  • cateterização, para remover a urina retida e promover o alívio imediato;
  • cirurgia (cistoplastia para ampliação vesical ou autocateterismo intermitente).

Além disso, indicam-se estratégias complementares, tais como:

  • limitar a ingestão de líquidos três a quatro horas antes de sair ou se deitar;
  • evitar bebidas com cafeína, que irritam a bexiga;
  • ingerir, em média, dois litros de água por dia, pois a urina concentrada também irrita a bexiga.

Por que é importante buscar ajuda especializada?

Como mencionamos no início deste artigo, independentemente da idade, não se deve normalizar o problema. Isso porque, esse tipo de atitude afeta a qualidade de vida, levando ao isolamento e sendo um fator de risco para a depressão.

Além disso, sabe-se que muitos pacientes idosos são institucionalizados, justamente, por conta da carga que a incontinência urinária impõe aos cuidadores. Sem falar que, para os que se encontram acamados, o problema irrita a pele, levando à formação de úlceras de decúbito sacrais.

Portanto, quem convive com disfunções miccionais precisa procurar um urologista e fazer uma avaliação global. Dessa forma, pode-se obter um diagnóstico preciso e dar início ao tratamento — lembrando que mesmo a incontinência urinária associada ao envelhecimento pode ser aliviada!

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