O Protocolo ERAS (Enhanced Recovery After Surgery) é uma estratégia multidisciplinar que revoluciona a maneira como lidamos com a recuperação após a cirurgia. A jornada cirúrgica é uma experiência desafiadora tanto para o paciente, quanto para os profissionais de saúde envolvidos.
No entanto, avanços na medicina têm proporcionado novas abordagens para otimizar e melhorar os resultados pós-operatórios. Entre esses avanços, o Protocolo ERAS é o que mais ganha destaque.
O que é o Protocolo Eras?
Essa metodologia multidisciplinar é fundamentada em uma série de diretrizes e práticas destinadas a otimizar a recuperação após a cirurgia, reduzindo complicações, minimizando o tempo de internação e acelerando a retomada das atividades normais.
Ao contrário dos métodos tradicionais, que envolvem, muitas vezes, longos períodos de jejum e repouso no leito, o Protocolo ERAS adota uma abordagem proativa e integrativa. Isso torna o processo cirúrgico mais agradável e menos traumático para o paciente.
A introdução a essa estratégia é marcada pela preparação abrangente do paciente e de sua família para todo o processo cirúrgico. Desde o pré-operatório, são fornecidas informações detalhadas sobre as etapas a serem seguidas, incluindo orientações sobre dieta, técnicas de relaxamento e estratégias para promover um sono de qualidade.
Quais são as etapas deste protocolo?
O Protocolo ERAS abrange três etapas distintas, sendo elas: pré-operatória, intraoperatória e pós-operatória. Vamos entender um pouco mais sobre cada uma.
Pré-operatória
Antes da cirurgia, o paciente e seus familiares são integralmente informados sobre o processo. Medidas como dieta laxativa na véspera, aromaterapia para relaxamento e estímulo ao sono de qualidade são adotadas.
Além disso, o jejum é abreviado segundo as diretrizes internacionais de anestesia, limitando-se a ingestão de líquidos até duas horas antes da cirurgia. Também é importante destacar que evita-se o uso de sedativos pré-operatórios, incentivando o paciente a caminhar com confiança até a sala de cirurgia.
Intraoperatória
Durante a cirurgia, a temperatura da sala cirúrgica é controlada, medicamentos antieméticos são administrados para prevenir náuseas e vômitos e a anestesia é monitorada com precisão. Além disso, o uso de opioides é evitado, já que o protocolo prioriza uma abordagem multimodal para controle da dor.
Uma solução anestésica potente é aplicada localmente para reduzir a necessidade de sedativos, enquanto a técnica cirúrgica é ajustada para minimizar a invasividade e manter o paciente hidratado.
Pós-operatória
No pós-operatório, a aromaterapia continua a ser utilizada para estimular o despertar do paciente e reduzir a dor e a ansiedade. O paciente é incentivado a se levantar e se movimentar o mais rápido possível, com o mínimo de sondas e drenos necessários.
A hidratação e a alimentação são iniciadas precocemente, e a acupuntura analgésica pode ser realizada para complementar o controle da dor. O envolvimento dos familiares e a atmosfera descontraída no quarto do paciente contribuem para uma recuperação rápida e positiva.
Essas etapas são implementadas de forma integrada por uma equipe multidisciplinar, visando promover uma recuperação mais rápida, confortável e segura para o paciente cirúrgico.
Conheça os benefícios
O Protocolo ERAS proporciona uma série de benefícios tanto para pacientes, quanto para profissionais de saúde. Na urologia, por exemplo, na qual são realizadas cirurgias abdominais de próstata, rim, bexiga e intervenções que envolvem reconstruções complexas, como ampliação vesical ou neobexiga, essa estratégia tem demonstrado ser particularmente benéfica.
Ele acelera significativamente a recuperação pós-cirúrgica, reduzindo o tempo de internação hospitalar e permitindo que os pacientes voltem às suas atividades normais em um período mais curto. Além disso, o protocolo enfoca o controle eficaz da dor, utilizando técnicas multimodais que resultam em uma experiência pós-operatória menos dolorosa e na redução da necessidade de medicamentos para a dor.
Outro benefício é a redução da taxa de complicações pós-cirúrgicas. Ao minimizar o uso de sedativos e opioides, feito durante as etapas, o Protocolo ERAS contribui para a diminuição do risco de complicações como infecções e disfunção gastrointestinal, resultando em melhores desfechos clínicos para o paciente.
Portanto, ao tornar o processo cirúrgico mais palatável e menos traumático, o Protocolo ERAS contribui para uma maior satisfação geral do paciente com sua experiência hospitalar.
Implementação do Protocolo ERAS e os desafios envolvidos
A implementação deste protocolo representa um avanço significativo na abordagem da recuperação pós-cirúrgica, mas não está isenta de desafios. Um dos principais obstáculos enfrentados pelas equipes médicas é alinhar todos os profissionais envolvidos, unificando linguagem e protocolos, e coordenando suas ações de forma integrada.
A transição para um novo modelo de cuidado exige uma mudança cultural e uma forte liderança para garantir a adesão de todos os membros da equipe. Além disso, a implementação bem-sucedida do Protocolo ERAS requer um compromisso contínuo com a educação e o treinamento dos profissionais de saúde. É essencial garantir que todos compreendam os princípios do protocolo e saibam como aplicá-los em sua prática diária.
Na Urologia Vida, utilizamos o Protocolo ERAS em nossas cirurgias e procedimentos. Se deseja saber mais, fique a vontade para entrar em contato com nossa equipe de atendimento.
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